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O Brunel da construção da Bridge

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Roger Potts não precisa de acreditar em milagres para colocar a Bridge Insurance Brokers numa posição de destaque em 2017. Sempre encarou a sua missão e a sua visão, enquanto presidente da empresa, da mesma forma com que fez face a outros desafios da sua vida: com empenho e determinação para o sucesso.

Pergunte a qualquer pessoa na Marsh ou na Willis Towers Watson onde Roger passou 25 anos a aprender o essencial desta profissão. Roger Potts confessou recentemente que sempre quis ser engenheiro civil. Provavelmente foi, como muitos outros jovens estudantes, um grande admirador de Brunel1. Temos que admitir que a engenharia civil ficou a perder e a corretagem a ganhar pois Roger e os colegas realizaram um trabalho notável ao longo dos últimos anos.

A Bridge tornou‑se a escolha evidente em termos de seguros, não só em Manchester, de que falaremos mais adiante, mas nos quatro cantos do mundo. Esta não é uma pretensão exagerada. A economia global ficou quase virada do avesso e os BRIC, para os quais o antigo economista da Goldman Sachs e ministro das Finanças Jim (agora Lord) O’Neill foi o primeiro a chamar‑nos a atenção, tornar-se-ão, até 2050, nos maiores fornecedores de produtos manufaturados e de serviços no mundo.

E onde quer que haja pessoas, bens e serviços, a Bridge está presente: a transformar a vida de indivíduos e empresas, disponibilizando soluções vantajosas e adequadas nos diferentes setores e continentes.

Basta olhar para a Brokerslink para encontrar provas desta transformação. Criada em 2004, apenas três anos depois da declaração de O’Neill, a Brokerslink é hoje uma empresa global de corretagem que «integra os melhores corretores e empresas de consultadoria de risco, constituindo‑se como uma alternativa sólida aos modelos predominantes no mercado segurador», segundo nos é dito. «A equipa da Brokerslink, sob a liderança do CEO, José Manuel Fonseca, fez, de facto, uma aposta inteligente num broker não sedeada na capital do Reino Unido, que reflete claramente a capacidade financeira e a dinâmica de Manchester no setor da corretagem de seguros, ligada ao Porto por uma parceria com solidez e criatividade», confirma Roger Potts.

Então porquê a urgência de reinventar o setor com um modelo alternativo, considerado de alto risco? Muito simplesmente, porque Roger Potts acredita que o setor segurador tem sido «lento na mudança e invariavelmente resistente a adotar práticas e princípios empresariais modernos, movendo‑se como a proverbial tartaruga e não acompanhando os mercados que avançam à velocidade da lebre.»

Felizmente, a Bridge continuará a ser um negócio de família, um princípio que os fundadores, Mike Backner e Gilbert Cohen, incutiram na gestão da empresa desde 1971, ano em que se conheceram no Midland Hotel. O Midland Hotel é, provavelmente, o mais icónico edifício de Manchester. Pensa‑se que Adolf Hitler o poupou aos bombardeamentos porque o via, se ganhasse a guerra, como o local da futura sede do Partido Nazi na Gra‑Bretanha. E foi o cenário de inúmeras reuniões que fizeram história desde o início do século XX, tendo, curiosamente, sido o local onde o Sr. Rolls conheceu o Sr. Royce.

«O posicionamento de excelência da Bridge no setor da corretagem de seguros reflete‑se, visivelmente, nas relações de longa data com os seus clientes», continua Roger Potts. 
«Nos anos 70, Lionel Black, agora com 95 anos, comprou uma pequena empresa especializada em vestuário impermeável a que chamou Regatta, e o filho, o atual CEO Keith Black, continua a defender o "bom corte", a qualidade e o estilo em que se baseou o negócio do pai. Este procurou o aconselhamento da Bridge pela primeira vez, há muitos anos, dentro de uma visão partilhada já na altura por Backner e Cohen, baseada nos valores familiares. E que se mantem atualmente.»

A Bridge orgulha‑se, em particular, da sua associação ao Mones Advisory Group (MAG). Jane Cocking, a nova CEO, conta com 25 anos de experiência no setor humanitário. «Na MAG, acreditamos que, quando e onde quer que aconteçam guerras, não deve ser o cidadão comum a sofrer as consequências», insiste Jane Cocking. Os problemas são quase inimagináveis. Guerras e conflitos surgem, perdem intensidade e terminam. Mas deixam para trás milhões de minas terrestres, bombas que não explodiram e armas não neutralizadas que, durante décadas, têm representado um perigo diário, perturbando as vidas das comunidades ao longo de gerações. 

Mike Backner menciona outro momento determinante: em 1984, durante um momento difícil do mercado com preços elevados de seguro, a Bridge decidiu desfazer‑se de 8% da carteira de clientes, reduzindo o número de pedidos de indemnização em 40%. A maior parte da carteira de clientes da Bridge é composta por empresas do nordeste, contando com um portefólio de seguros patrimoniais, de frotas automóvel e de riscos cibernéticos. 

«A Bridge está a caminhar para um modelo de remuneração por fees para os grandes riscos, uma vez que uma grande parte do centro de Manchester é detida pelos nossos clientes. Em 2014, a Globalization and World Cities Research Network (GaWC – Rede de Investigação sobre a Globalização e as Cidades do Mundo) classificou Manchester como uma cidade mundial Beta, a cidade britânica mais bem classificada depois de Londres», continua Mike Backner. 

«E o lançamento da Bridge Londres é o testemunho do nosso bom desempenho. Desenvolvemos esta operação com uma grande determinação, sustentada por um serviço de qualidade para os clientes. Seis anos depois os progressos foram notáveis nos dois centros de corretagem e a inovação e a colaboração têm sido drivers fundamentais do negócio. 
«Vejam a atual linha do horizonte de Manchester», sugere Roger Potts, pegando no tema de Mike Backner. Um espaço multiusos de arte futurista, desenhado pelo escritório de Rem Koolhaas (Rem Koolhaas’ Office for Metropolitan Architecture) está prestes a obter a aprovação do departamento de planeamento da Câmara Municipal de Manchester para a sua construção.

O espaço Factory, no valor de 110 milhões de libras e cujo nome é uma homenagem à lendária editora discográfica Factory Records, é indicado como a futura localização de parte dos antigos estúdios Granada, limítrofes ao centro da cidade, um projeto que está a ser desenvolvido em parceria pela Câmara Municipal e pela Allied London. Projetado no sentido da conjugação de uma sala de espetáculos com 2300 lugares, e de um armazém com capacidade para 5000 lugares para promover «eventos de imersão», vai ser implantado em parte do local onde ficavam os antigos estudos televisivos e integra ainda um viaduto ferroviário, património histórico de nível II que teria de ser intervencionado para o efeito. 

O serviço de assessoria governamental para o património, Historic England, afirmou que «com materiais, acabamentos e execução de alta qualidade», a Factory tinha o potencial de melhorar aquela área de conservação «abrindo‑a ao público e tornando‑a um ponto central», capaz de atrair mais visitantes. Sir Richard Leese, presidente da Câmara Municipal, afirmou que «este empreendimento tornaria Manchester um verdadeiro contrapeso cultural a Londres» e ajudaria a transformar a economia regional, atraindo centenas de milhares de turistas e inspirando uma geração. «Estamos decididamente a colocar Manchester e o norte da Inglaterra na cena mundial», continuou Sir Richard. O novo espaço representa parte do projeto «Northern Powerhouse», promovido por George Osborne, ex‑ministro das Finanças. Estima‑se que o Factory venha a criar perto de 1500 novos empregos a tempo inteiro e a gerar 1100 milhões de libras em 10 anos. Matt Hancock, o ministro da Cultura, afirmou: «O Factory irá dar um novo estímulo à fenomenal cena artística, cultural e tecnológica do norte.» 

«O Circle Square, situado no antigo espaço da BBC na Oxford Road é, ao mesmo tempo o ponto de partida e o eixo para o Corridor Manchester, o primeiro bairro de inovação de Manchester. Crie ou traga o seu negócio para cá e prometemos que terá uma vizinhança muito interessante», continua Chris Oglesby, CEO da joint‑venture Bruntwood, outro cliente da Bridge. Aí poderemos encontrar duas universidades de renome, um hospital universitário e um instituto de investigação médica, o Graphene Engineering Innovation Centre, uma famosa escola de música, escolas de arte e de dança, um lendário teatro, um novo centro de artes e um conjunto de empresas inovadoras e de pessoas com talento.

No Circle Square e na First Street, situa‑se a Vita Student, que oferece o melhor alojamento para estudantes, e que está abrangida pela FlatGuard, uma apólice de seguro específica desenvolvida, exclusivamente, pela Bridge para blocos de apartamentos e concebida para proteger os moradores, os administradores imobiliários e os proprietários. Os planos para a construção do que será o edifício mais alto de Manchester, um impressionante bloco de 64 andares de apartamentos de luxo, receberam recentemente luz verde. O novo arranha-céus de Owen Street suplantará a Beetham Tower, um edifício vizinho com 50 andares, desenhado pelo mesmo arquiteto, Ian Simpson.

Como seria de esperar, alguns protestos locais com ruído vieram sobretudo, e sem surpresa, dos moradores de Beetham Tower, que acharam a infraestrutura desproporcional, tendo em conta os outros edifícios e serviços locais. A controvérsia não é novidade para Simpson, já que o projeto da torre que desenhou para a One Blackfriars Road na margem sul de Londres foi cancelado em 2010, depois de o promotor imobiliário não ter conseguido assegurar o financiamento do seu parceiro russo, Mirax. O espaço foi comprado no ano seguinte pela marca St. George de Tony Pidgley, que pretendia transformar a torre de utilização mista num prédio residencial ocupado apenas por um hotel boutique.

Estarão então os russos a chegar a Manchester? Numa palavra: não. «O que mudou em Manchester é que os investidores na Owen Street são sobretudo dos países BRIC emergentes – China, Hong Kong ou Singapura – e os mais de 1400 apartamentos de tipologia T1, T2 e T3 de quatro edifícios diferentes – já foram vendidos antes da construção, tal é o entusiasmo por este tipo de desenvolvimento urbano», explica Phil Webster, diretor responsável pelo departamento da Bridge especializado no setor imobiliário.

A paixão da China pela aquisição de propriedade no estrangeiro é só o começo, uma vez que os compradores com grande disponibilidade financeira estão interessados em investir numa espécie de "jogo de Monopólio de Manchester” da vida real. Victor Li, diretor de marketing de projetos internacionais para o gigante norte‑americano do imobiliário CBRE, prevê uma onda de investimento oriental em imóveis britânicos durante a próxima década, à medida que a apetência dos cada vez mais endinheirados investidores chineses por propriedade internacional for aumentando. E o investimento não se limitará ao imobiliário. O Tianjin Quanjian FC está à procura de um ponta de lança e há rumores que se terá feito uma proposta de 80 milhões de libras pelo avançado do Chelsea e da seleção espanhola Diego Costa, a quem pagaria 30 milhões de libras por ano. 

Quanto tempo irá demorar até que os dois clubes de Manchester sejam alvo de propostas semelhantes? O filho mais famoso de Setúbal mudou‑se para Old Trafford no ano passado. José Mourinho, provavelmente um dos melhores e mais bem‑sucedidos treinadores do mundo, desenvolve a sua atividade no "Teatro dos Sonhos”, localizado ao fundo da rua da Bridge.

Mas nem tudo vai de vento em popa no setor da corretagem. A adoção da economia digital está a revelar‑se um pesadelo, admite Roger Potts. Apesar de ser um antigo cético do Twitter e um "inculto assumido” no que respeita ao LinkedIn, Roger Potts consegue ver o panorama geral, que vai muito além da «rama», explica. «Isto ao contrário de 61% dos CEO de todo o mundo, que continuam a evitar as redes sociais e estão cada vez mais desfasados relativamente aos colaboradores e clientes, de acordo com um relatório do Fórum Económico Mundial», acrescenta. 

Parece que as redes sociais continuam a ser vistas pela maioria dos CEO como uma mera distração; algo que os quadros mais jovens fazem quando deviam estar a «trabalhar a sério». Um relatório da Strategy Analytics mostra que mais de dois mil milhões de pessoas do mundo inteiro interagem nas redes sociais, passando uma média de duas horas por dia nestas plataformas. Este envolvimento nas redes sociais está a ter um enorme impacto nos hábitos de navegação na Internet e de consumo das pessoas; há milhões de pessoas que passam mais tempo a ver vídeos no YouTube do que televisão e um estudo da Market Force descobriu que três quartos dos consumidores afirmam que as redes sociais influenciam as suas decisões de compra.

Há dois anos, o fundador da Worry+Peace, James York, desafiou o setor segurador a, proactivamente, "abraçar” a inovação digital. «Deveríamos ter mais soluções disponíveis do que as atuais "peça uma cotação e compre” vistas por profissionais menos visionários como a substituição de um serviço de qualidade prestado ao cliente», continua York.
Roger Potts acredita que se trata de um passo na direção certa que já devia ter sido dado, apesar da visão limitada do setor relativamente significado do digital.

«Um dos próximos produtos a ser lançado pela Bridge será direcionado a dois milhões de profissionais independentes que trabalham a partir de casa, com um prémio mensal flexível, podendo o contrato ser cancelado ou reposto em vigor instantaneamente sem penalizações», revela. Este lançamento, orientado ao mercado, denota o espírito de serviço e o profissionalismo da presença inovadora da Bridge na Internet, mas, mais importante do que isso, evidencia uma enorme mudança relativamente aos modelos atuais do mercado segurador.

A legislação aplicável aos seguros mudou. A Lei do Seguro de 2015 (Insurance Act 2015) entrou em vigor a 12 de agosto de 2016 e é a alteração de maior relevo em mais de um século, no que diz respeito à legislação aplicável a seguros para empresas. Esta lei constitui um enquadramento mais atualizado para os seguros empresariais na Inglaterra e no País de Gales, com grande enfoque na transparência e na certeza relativamente às regras que regem os contratos entre seguradores e clientes empresariais. A nova lei tem um impacto significativo nas obrigações relativas à informação ao cliente no momento da subscrição ou da renovação de qualquer seguro corporativo. Por exemplo, se um cliente não respeitar os seus deveres contratuais, os seguradores dispõem agora de um novo conjunto de «soluções a aplicar de forma proporcional», que poderão incluir reduções no pagamento de indemnizações.

E quatro semanas depois da entrada em vigor da legislação referida, na cerimónia dos UK Broker Awards, um júri, composto por personalidades altamente reputadas do setor da corretagem, atribuiu o prémio Claims Team de 2016 à Bridge.

Mas o que poderá o futuro reservar a este setor? Segundo Roger Potts vejamos o que vai impactar o setor em 2017. «Basta olhar para a proposta de tecnologia financeira (FinTech) da Bell Pottinger, que junta as visões de líderes do setor e opinion makers como a Bridge, para identificar as tendências e tecnologias emergentes que terão impacto nos serviços financeiros em 2017. É uma leitura que recomendo vivamente.»

Claudia Bate, diretora global de FinTech da Bell Pottinger acrescenta: «A perspetiva para 2017 é positiva apesar da imprevisibilidade dos acontecimentos políticos e económicos que dominaram a agenda no ano passado. O interesse na FinTech continua a crescer e temos visto organizações a fazer um esforço para fazer passar as suas opiniões, enfrentando os gigantes do setor e trabalhando em conjunto para promover uma mudança efetiva.»

A InsurTech 2017 afirma estar a «reimaginar os seguros» e tornar-se-á uma plataforma que terá como objetivo a troca de conhecimento e a promoção de sinergias entre os players do mercado para encontrar soluções e implementar e promover as melhores práticas no setor segurador, de uma forma colaborativa, aberta e transparente.

A cinco maiores tendências e tecnologias inovadores para 2017 são:
1. 2017 será o ano da InsurTech;
2. a inteligência artificial irá impor‑se;
3. ambiente de experimentação – usar o Blockchain de forma mais audaciosa;
4. 2017 será o ano dos dados e da hiperpersonalização;
5. a FinTech vai crescer em mercados em grande desenvolvimento.

Roger Potts continua preocupado pelo facto de, neste admirável mundo novo, haver ainda muitas empresas que parecem não estar a progredir o suficiente para salvaguardar o futuro dos modelos de negócio on‑line, não seguindo o exemplo dado pelas suas homólogas PMEs que estão a conseguir enfrentar a ameaça cibernética.

«Os problemas da segurança on‑line chamaram a atenção do mundo devido a uma enorme violação de dados da Yahoo!, que resultou na fuga de informação de 500 milhões de contas de utilizadores, o que é mais um fator que serve para sublinhar a vulnerabilidade das empresas a violações de cibersegurança e as possíveis consequências que daí advêm.
«Atualmente existe muita procura de apólices que deem resposta a quebras de segurança e que sejam concebidas para combater os graves riscos que as empresas enfrentam, como sejam as ameaças políticas, regulamentares e terroristas. Estas apólices ajudarão as empresas a cumprir as suas obrigações de diligência no sentido da proteção de pessoas, operações, valor para os acionistas e reputação da marca a longo prazo», explica Roger Potts.

No que respeita às ameaças políticas, a chegada do sempre bronzeado Donald Trump à Casa Branca pode ser a melhor coisa que aconteceu à Grã-Bretanha desde que os Americanos entraram na Segunda Grande Guerra, de acordo com alguns observadores. Entretanto, e regressando a este lado do oceano, um novo capítulo no desenvolvimento e crescimento contínuo da Bridge está a ser escrito. «Ao mesmo tempo que se adapta a um mercado em mutação, que reconhece ter uma base de clientes cada vez mais exigente e desenvolve uma nova plataforma de distribuição, a Bridge continuará a pensar globalmente, mas a agir localmente, devido, em grande parte, às parcerias resultantes da Brokerslink”, confirma Roger Potts.

E é disto que falamos. Roger Potts tem uma visão para o futuro e a Bridge uma estratégia para o sucesso.


Manchester por Roger Potts
Depois de toda uma vida em Manchester, Roger Potts revela porque Manchester e muito mais do que o United

«Vermelho ou azul?» é uma pergunta que me fazem muitas vezes. Estas são as cores do United e do City, clubes que atraem regularmente audiências globais superiores a 700 milhões de pessoas. 

O futebol é um grande negócio por cá, sendo o expoente máximo o derby de Manchester. O confronto entre José Mourinho e Pep Guardiola tornou‑se o jogo em direto mais visto na história da primeira divisão. Os dois plantéis mais caros e a expetativa de uma emocionante batalha pelo título vão manter Manchester na cena mundial.

A minha mulher e eu somos grandes admiradores do Royal Exchange Theatre. É um ambicioso teatro coberto, com sete lados, edificado no interior de um magnífico mercado de algodão eduardiano, concluído em 1976 e merecidamente galardoado com o prémio RIBA. O bienal Bruntwood Prize for Playwriting (Prémio Bruntwood de Dramaturgia) é uma parceria entre o teatro e a Bruntwood, uma empresa imobiliária de cariz familiar e importante mecenas das artes, que realça a importância dos dramaturgos e da sua arte.

O legado dos Jogos da Commonwealth, que tiveram lugar em Manchester em 2002, prossegue. Em termos relativos, este é o terceiro maior evento desportivo do mundo, depois dos Jogos Olímpicos e do Campeonato do Mundo de Futebol. O seu impacto duradouro deveu‑se aos novos espaços desportivos de nível mundial, cuja construção foi o ponto de partida para um grande projeto de regeneração e a inspiração da Sportcity. Criados e construídos na parte oriental de Manchester, o Estádio Etihad, o Centro Aquático e o Velódromo, que é a casa da premiada equipa de ciclismo de pista da Gra‑Bretanha, têm uma procura constante.

A Wilmslow Road em Rusholme, conhecida como a «Curry Mile» (Rua do Caril) de Manchester, tem uma enorme afluência de turistas e habitantes locais desde 1980. Esta zona de restaurantes remonta ao programa de reconstrução da cidade no período do pós-guerra, quando chegaram inúmeros imigrantes qualificados do subcontinente indiano para trabalhar nas fábricas têxteis, tendo acabado por se fixar na cidade. Sendo já parte do património gastronómico, este vibrante bairro com mais de 70 estabelecimentos que servem comida de rua genuína, lança uma nova luz sobre a cozinha do sudeste asiático e é um deleite a não perder.

Já muito se escreveu sobre o Midland Hotel, um local majestoso construído pela Midland Railway em 1903 e descrito por um dos hóspedes da altura como um «palácio do século XX», onde podemos encontrar o The French, que continua a ser o mais sofisticado restaurante de Manchester e onde é necessário reservar com antecedência. Ficou famosa a recusa de entrada aos Beatles por não estarem «apropriadamente vestidos». O chef atual, Adam Reid, conseguiu o equilibro perfeito entre a cozinha tradicional e a moderna, com ingredientes escolhidos a dedo e pratos que refletem as mudanças de estação.

Outro edifício neogótico do período vitoriano tardio em Deansgate alberga a belíssima coleção de livros especiais da Biblioteca John Rylands. Aqui se encontram iluminuras medievais e exemplos dos primeiros livros impressos na Europa, incluindo a Bíblia de Gutenberg.Ao fundo da rua, em Long Millgate, encontra‑se a Biblioteca de Chetham, fundada em 1653, a mais antiga biblioteca de referência pública e gratuita no Reino Unido e, ainda hoje, um dos segredos mais bem guardados de Manchester. 

O aeroporto de Manchester ultrapassou a barreira dos 25 milhões de passageiros pela primeira vez nos seus 78 anos de história. Os voos diretos para mais de 200 destinos do mundo inteiro demostram claramente o papel do aeroporto no estímulo ao crescimento do norte de Inglaterra. Dinâmico, em rápida evolução e inovador, e com um serviço de voos para Pequim quatro vezes por semana, o primeiro serviço regular de qualquer cidade do Reino Unido, excetuando Londres, para a China Continental. Segundo fui informado esta rota gerará pelo menos 250 milhões de libras esterlinas de benefícios económicos para o Reino Unido ao longo da próxima década.

Manchester tem uma história rica, que tem contribuído para moldar o mundo desenvolvido em que hoje vivemos. E continuamos a desafiar os limites. A estratégia de crescimento na Bridge significou também olhar mais além. Ao que parece, Manchester foi só o começo. 



1 Isambard Kingdom Brunel foi um dos gigantes da engenharia do século XIX, em www.ssgreatbritain.org/story/isambard‑kingdombrunel


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