A Terra está zangada
Longe vão os tempos em que utopias futuristas, em livros deficção científica e filmes cheios de planetas exóticos e "aliens” façanhudos,nos faziam pensar que, um dia, poderíamos abandonar o planeta Terra e encontraruma nova casa noutro local, algures nesta ou numa galáxia distante. Mas jápercebemos que, quimeras à parte, não temos outra casa para onde nos mudarmos.
Perante este facto indiscutível, seria sensato que os seres humanos tivessemcomeçado a tomar medidas para evitar que o ambiente do nosso planetacontinuasse a deteriorar-se.
Contudo, nos últimos 20 ou 30 anos, pouco mais sefez do que "empurrar com a barriga”. Infelizmente, e apesar de acordos como ode Paris, alguns dos países que mais contribuem para a degradação do ambiente,como os EUA, continuam a fazer de conta que nada se passa. Dirigentes mundiaisde relevo chegam mesmo a negar o fenómeno do aquecimento global.
No entanto, adura realidade é por de mais evidente, como testemunham os glaciares quedesaparecem, os invernos quentes e o granizo em pleno verão, os incêndios nasflorestas da Amazónia e África ou os furacões consecutivos.
Não entrando emdetalhes, já amplamente divulgados na comunicação social, diria apenas que, seum aumento de 2ºC da temperatura global em relação à era pré-industrial éconsiderado pelos cientistas como o limite acima do qual as consequências serãocatastróficas para a vida no planeta, a previsão de que esse aumento se possasituar entre os 3ºC e 5ºC até 2100, caso se mantenham as emissões de gasescom efeitos de estufa, seria fazer soar os alarmes para levar a uma atuaçãourgente e radical. Mas sabemos que há muitos lobbies instalados, fortíssimos, aque se acrescenta a própria resistência do ser humano em mudar comportamentos.
Tendo em consideração que, em 2017, os desastres naturaiscausaram 340 mil milhões de dólares de danos – sem esquecer os danos indiretos,como no caso de cadeias de fornecimento (supply chain) – e face ao preocupanteaumento da sua severidade e frequência, os seguradores necessitam de utilizartecnologia mais sofisticada para desenvolver modelos mais precisos, quepermitam uma análise mais fina.
Como é o caso de uma ferramenta de avaliação dorisco de inundação, recentemente desenvolvida por um dos maiores players domercado, que, com um custo eficiente e um elevado grau de precisão, utilizadrones para captar dados, transformando-os numa visualização realista do localem causa, permitindo assim uma simulação interativa que mostra as possíveis vulnerabilidadesem termos de risco.
Uma tendência previsível é ado aumento dos custos de transferência do risco, sendo desejável que osgovernos se envolvam progressivamente em programas de seguro catastrófico, comojá acontece em vários países, por exemplo através de "pools”. Também será deprever que os seguradores criem incentivos aos seus clientes no sentido de queestes se empenhem ativamente na prevenção e minimização dos danos causadospelos desastres naturais.
E também criando soluções de seguro sustentáveis, como segurosagrícolas (de colheitas, de florestas), seguros para veículos elétricos ebicicletas elétricas; seguros de danos ao ambiente e para energias renováveis, comoos seguros fotovoltaicos ou de turbinas eólicas.
No caso das empresas, haveráseguros feitos à medida para grandes projetos de energias renováveis e edifíciosenergeticamente eficientes. Para particulares, preveem descontos no seguro automóvelpara viaturas eficientes e elétricas, seguros patrimoniais para painéis solarescolocados no telhado das residências e produtos de investimento que permitamaos clientes aplicar o seu dinheiro em fundos que contribuam para odesenvolvimento sustentável.