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Fazer face às condições meteorológicas

Condições meteorológicas adversas levam as empresas a procurar proteção

Fazer face às condições meteorológicas
O número de eventos meteorológicos extremos no mundo inteiro aumentou mais de quatro vezes desde 1980, provocando perdas de muitos milhões, dos quais só uma parte está segurada.

Em média, no mundo inteiro, 55% das perdas causadas por tempestades de vento e 86% das perdas causadas por inundações não estão cobertas por seguro. Os níveis de proteção nos mercados maduros (Europa Ocidental, América do Norte, Japão) diferem muito dos níveis de proteção nos mercados emergentes (América Latina, Ásia emergente), onde, atualmente, uma percentagem de 80%, e em algumas zonas até 100% das perdas económicas contínua a não estar segurada.As alterações climáticas agravarão, ainda mais, a situação. 

A Swiss Re identificou as alterações climáticas como um risco emergente há mais de 25 anos, e integrou o na sua estratégia de gestão do risco a longo prazo e nas ofertas de seguro. Hoje, a Swiss Re Corporate Solutions está entre os líderes de mercado na oferta de soluções de «proteção contra as condições meteorológicas» e foi pioneira em várias transações verdadeiramente inovadoras.


Os eventos meteorológicos extremos podem afetar a rentabilidade de quase todos os setores 

As alterações climáticas não só estão a causar eventos meteorológicos extremos mais frequentes, mas também a provocar desvios críticos nos padrões meteorológicos. Além das tempestades que provocam danos patrimoniais, entre os eventos meteorológicos extremos contam se os longos períodos de seca ou de ondas de calor, podendo os desvios climatológicos compreender invernos mais amenos, verões mais chuvosos ou períodos inusitadamente calmos, com pouco ou nenhum vento.

Os setores da agricultura, da construção, do retalho e do turismo são as vítimas mais óbvias destes padrões meteorológicos em mutação. No entanto, outros setores, como o da energia, são também negativamente afetados.

Os tipos de danos provocados por estes acontecimentos vão desde os danos patrimoniais a perdas de exploração por interrupção da atividade, passando por flutuações da oferta e da procura e pela volatilidade dos preços no mercado das commodities. Mesmo eventos de menor escala podem afetar drasticamente as vendas e originar perdas graves para uma empresa. 


Soluções de Weather Derivative2 podem mitigar quaisquer riscos da natureza 

Foi recolhida uma grande quantidade de dados à escala mundial sobre todos os aspetos relacionados com as condições meteorológicas ao longo dos anos. Estes dados permitem nos simular a eficácia de determinada solução de transferência do risco face à informação de anos anteriores e determinar qual seria o desempenho da referida solução de proteção.

Análises deste tipo dão às empresas a possibilidade de quantificarem facilmente as potenciais poupanças e perdas. Por outro lado, os dados sobre as condições meteorológicas podem também ser utilizados para identificar oportunidades de melhoria efetiva de vendas ou de produtividade na sequência de determinada mudança nos padrões meteorológicos.


Exemplos de proteção contra riscos meteorológicos 

Energia

Os riscos meteorológicos passaram para primeiro lugar na agenda de muitos dirigentes no setor energético. O estudo do Conselho Mundial da Energia sobre financiamento de infraestruturas energéticas resilientes salienta a necessidade de implementação de soluções de gestão de risco inovadoras, em caso de riscos envolvendo condições meteorológicas extremas e preços de energia.3

O principal risco meteorológico no setor energético consiste no impacto das temperaturas atmosféricas sobre a procura de energia para consumo. A incerteza no que respeita à procura cria uma grande pressão sobre a gestão da oferta e o fornecimento, o que, por sua vez, tem um impacto significativo na cobertura de preços e nas margens de lucro.

Entre as ferramentas que visam lidar com riscos meteorológicos no setor energético contam se a flexibilidade contratual, o armazenamento e soluções financeiras, como as Weather Derivative.

As empresas podem segurar o risco de diminuição das suas vendas de energia em invernos quentes, durante os quais os clientes gastem menos em aquecimento. Pelo mesmo prisma, podem compensar um pico não planeado e dispendioso de procura de energia para o ar condicionado, quando o verão é mais quente do que é habitual.

No setor das energias renováveis, os produtores de energia eólica começaram a comprar produtos de proteção face às condições meteorológicas com vista a gerirem a volatilidade do vento. Estes produtos oferecem compensação para dias com pouco ou nenhum vento, nos quais as turbinas eólicas param e não geram energia. 


Agricultura

Agricultores do mundo inteiro podem proteger os seus rendimentos com coberturas de seguro que ligam a produção agrícola a dados relativos às condições meteorológicas obtidos a partir de estações meteorológicas e imagens de satélite.

Por exemplo, um produtor de beterraba sacarina da Rússia recebe uma compensação automática se um período de geada for mais longo do que o acordado como normal na região.

Por sua vez, um produtor de ananases da Indonésia será indemnizado se as imagens de satélite confirmarem que os níveis de precipitação foram inferiores aos níveis habituais acordados durante a fase crítica de crescimento do fruto. Os produtores agrícolas não são a única parte da cadeia de abastecimento agrícola que pode beneficiar de produtos de proteção face às condições meteorológicas.

Os fornecedores de produtos para a agricultura orgânica, os responsáveis pelo processamento de produtos agrícolas, gestores do armazenamento em silos, investidores e industriais podem proteger se contra condições meteorológicas desfavoráveis e assim garantir um rendimento ligado a uma produção mínima.

A proteção relativamente às condições meteorológicas também pode ser implementada a par com a proteção contra a volatilidade dos preços das commodities para garantir receitas aos produtores agrícolas.

Outras aplicações de produtos indexados às condições meteorológicas vão muito além dos setores da agricultura e da energia. Por exemplo, os fabricantes de cerveja do Reino Unido podem comprar coberturas para o risco de verões frios e húmidos, que prejudicariam as vendas nos pubs. Em França, as empresas de construção podem comprar seguros contra dias demasiado ventosos, durante os quais os trabalhadores não possam utilizar as pontes rolantes nos estaleiros de construção.

Apesar do conhecimento cada vez maior sobre as possibilidades de proteção face às condições meteorológicas, muitas empresas continuam a não conseguir gerir adequadamente os seus riscos meteorológicos.

A nossa missão é a de continuar a explicar a dimensão da exposição global a condições meteorológicas e a salientar as múltiplas oportunidades disponíveis além das ofertas de seguro tradicionais. Riscos que podem ter sido considerados não seguráveis no passado podem, na verdade, ser protegidos com uma combinação de criatividade e de conhecimento sólido de gestão do risco. 



Por Juerg Trueb, Head of the Environmental & Commodity Markets na Swiss Re Corporate Solutions



Sigma da Swiss Re 5/2015: Subseguro em riscos patrimoniais – atenuando as diferenças. As perceções de risco e o comportamento de compra, as limitações à segurabilidade e a subavaliação de ativos são causas do subseguro. 
É um instrumento utilizado pelas companhias para proteção contra o risco de perdas relacionadas com o tempo. O investidor que vende um Weather Derivative assume esse risco em troca de um prémio. Se nada se passar o investidor tem um lucro. No entanto em caso de más condições metereológicas, a companhia que adquire o "derivativo" reclama o valor acordado. Não se trata de um seguro que garanta eventos com baixa probabilidade de realização como os furacões ou os tornados, pelo contrário, os "derivativos" garantem eventos com alto grau de probabilidade como um Verão mais seco do que o esperado. 
Conselho Mundial da Energia 2015: O caminho para a resiliência - gestão e financiamento de riscos meteorológicos extremos.
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